Melanoma cutâneo


Impacto da ASCO 2017: seguimento dos pacientes deve ser permanente e duradouro.


Quando algumas células do melanoma sobrevivem, num primeiro momento são detectadas e eliminadas pelo sistema imunológico (fase de Eliminação). Às vezes, algumas destas células cancerosas persistem, mas o sistema imunológico impede o crescimento do tumor (Equilíbrio). Com o tempo, as células malignas adquirem mutações, formam uma variedade de células heterogêneas e algumas delas adquirem a capacidade de se esquivar do sistema imunológico, resultando em doença clinicamente aparente (Escape). A defesa do sistema imunológico é importante para todos os tumores, mas parece que em alguns tipos como o Melanoma Cutâneo, Carcinoma Renal de Células Claras e Carcinoma de pequenas células dos pulmões, esta participação é mais significativa, por serem mais imunogênicos.

 

A incidência do melanoma cutâneo vem aumentando continuamente no mundo todo, mais do que qualquer outro tipo de câncer. Os avanços da imunoterapia e da terapia alvo tem melhorado significativamente a sobrevida dos pacientes portadores de melanoma.

 

A imunoterapia promove ativação do do sistema imunológico (células T) contra as células tumorais, permitindo que o próprio organismo reconheça o câncer, como algo estranho e nocivo e passe a combatê-lo, inclusive na fase de escape do tumor. A imuno-oncologia inclue as vacinas, citocinas, anticorpos monoclonais direcionados ao câncer (terapia alvo) e inibidores de receptores que modulam a resposta imunológica (imunoterápicos). Tres anticorpos monoclonais esão aprovados no Brasil como agentes imunoterápicos para o tratamento do melanoma cutâneo: o ipilimumabe (anti-CTLA4; Yervoy) e os anti-PD1 pembrolizumabe  (Keytruda) e nivolumabe (Optivo). Aproveitando o sistema imunológico inerente ao organismo, apresentam menor toxicidade aguda ao tecido normal em comparação com a quimioterapia citotóxica.

 

Estas novas medicações têm aumentado a sobrevida livre de doença e a sobrevida global destes pacientes. O potencial para a memória imunológica de longo prazo contribui para a prevenção de recaídas e ainda uma cura de longa vida.

 

Respostas duradouras tem sido obtidas em uma proporção grande de pacientes e a cura deve estar sendo atingida para alguns deles. A combinação dos inibidores de ponto de checagem com os imunoterápicos parece ser aumentar a efetividade, porém aumenta os efeitos adversos. Tudo isto justifica um acompanhamento duradouro para os pacientes portadores de melanoma cutâneo, mesmo para aqueles com baixo risco de recidiva.

 

 

Renato Santos

Cirurgião Oncológico.

Outras

Dezembro Laranja: câncer de pele

Sol em excesso e sem proteção pode causar câncer de pele.

Leia Mais +

Fosfoetanolamina: Testes suspensos

Instituto do Câncer suspende novos testes devido a 'ausência de benefício clínico significativo'

Leia Mais +

BIÓPSIA LÍQUIDA - uma técnica promissora para abordagem do câncer.

No sangue, mais pistas sobre o câncer.

Leia Mais +

Imuno-oncologia no melanoma cutâneo

Quando células normais se transformam e se tornam malignas, num primeiro momento são detectadas e ...

Leia Mais +

Nível sérico de vitamina D3 em portadores de melanoma cutâneo

Serum level of vitamin D3 in cutaneous melanoma

Leia Mais +

Edição de genes

O maior acontecimento da biomedicina em décadas?

Leia Mais +

FDA aprova medicação Halaven

Esta é a primeira medicação a mostrar benefício de sobrevida no lipossarcoma

Leia Mais +