Imuno-oncologia no melanoma cutâneo



Entenda melhor

Quando células normais se transformam e se tornam malignas, num primeiro momento são detectadas e eliminadas pelo sistema imunológico (Eliminação – imunovigilância do câncer). Às vezes, algumas células cancerosas persistem, mas o sistema imunológico impede o crescimento do tumor (Equilíbrio – estado de dormência do câncer). Com o tempo, as células malignas adquirem mutações, formam uma variedade de células heterogêneas e algumas delas adquirem a capacidade de se esquivar do sistema imunológico, resultando em doença clinicamente aparente (Escape – progressão do tumor). A defesa do sistema imunológico é importante para todos os tumors, mas parece que em alguns como o Melanoma Cutâneo e Carcinoma Renal de Células Claras esta participação é ainda maior.



A incidência do melanoma cutâneo vem aumentando continuamente no mundo todo, mais do que qualquer outro tipo de câncer. Os avanços da imunoterapia e da terapia alvo tem melhorado significativamente a sobrevida dos pacientes portadores de melanoma.



A imunoterapia promove ativação do sistema imunológico (células T) contra as células tumorais, permitindo que o próprio organismo reconheça o câncer como algo estranho e nocivo e passe a combate-lo, inclusive na fase de escape do tumor. A imuno-oncologia inclue as vacinas, citocinas, anticorpos monoclonais direcionados ao câncer (terapia alvo) e inibidores de receptores que modulam a resposta imunológica (imunoterápicos). Tres anticorpos monoclonais estão aprovados como agentes imunoterápicos para o tratamento do melanoma cutâneo: o ipilimumabe (anti-CTLA4; yervoy) e os anti-PD1 (pembrolizumabe e nivolumabe; optivo e keytruda, respectivamente).


A NCCN (National Comprehensive Cancer Network) atualizou seu guideline de melanoma cutâneo (V3.2016). Como tratamento sistêmico de primeira linha para doença irressecável ou metastática, recomenda imunoterapia (inibidores de checkpoint), terapia alvo para BRAF mutados ou trial clínico. Os imunoterápicos incluem o pembrolizumab, nivolumabe ou combinação nivolumabe / ipilimumabe.



Na doença metastática BRAF-mutada, a primeira linha inclui a combinação de inibidores BRAF/MEK (vemurafenib/cobimetinibe; dabrafenibe / trametinibe ou vemurafenib ou dabrafenibe como agentes únicos. Para segunda linha recomenda que a escolha deve afastar agentes já utilizados e que não tiveram boa resposta, entre os agentes de primeira linha.



Esta novas medicações tem aumentado a sobrevida livre de doença e a sobrevida total destes pacientes.



Prof. Dr. Renato Santos de Oliveira Filho